sexta-feira, 2 de julho de 2010

Já ERA, Dunga.


A era Dunga acabou. Assim esperam 190 milhões de corações zangados, indignados, chateados, e outras palavras não publicáveis. A Seleção brasileira, perdendo de virada para a Holanda, postergou o sonho do Hexa por mais, pelo menos, quatro anos. Da Copa na África ficou um grito engasgado, um choro de raiva contido, e uma torcida para que o Maradona não corra pelado.

É sempre chato perder uma Copa. Para brasileiros, é quase uma vergonha. Afora as tais belezas naturais, é talvez a única coisa palpável com a qual podemos nos gabar. Tiramos onda no mundo inteiro como o país da bola, os melhores, os únicos que carregam cinco estrelas no peito. Passada a ressaca da derrota, há reações que nenhum brasileiro pode ter a petulância de dizer sentir: incredulidade. Afinal, se ninguem gostava da seleção do Dunga, como esperar que fôssemos campeões?

Patriotismos temporários a parte, esse time não inspirava confiança em ninguém. E isso simplesmente porque não era a seleção brasileira, era a seleção do Dunga, que sempre chamou a responsabilidade para si das vitórias, mas na hora da derrota saiu de campo sem nem mesmo cumprimentar seus jogadores. Papelão, papelão...

Agora os meninos voltam para suas mansões com a derrota amarga nas costas. E o brasileiro, daqui a pouco, vai esquecer esse dia. A continuação do campeonato brasileiro vem aí pra separar os 190 milhões de torcedores em diversos times, camisas, torcidas. Viremos, novamente, todos inimigos dentro de campo, mas sejamos unidos e patriotas o suficiente em outubro, nas eleições. Porque os próximos quatro anos não serão o intervalo entre uma Copa e outra, mas a esperança para novos tempos no Brasil.

Parabéns aos jogadores raçudos que merecem os parabéns, todo mundo sabe quem são eles. E um puxão de orelha nos pseudo-atletas para os quais não fez tanta diferença assim envergonhar aquele brasileiro que, com dificuldade, doendo no bolso, comprou bandeirinhas, camisetas, enfeitou a casa e comprou a carne pro churrasco, a não ser o machucado em seu próprio ego milionário. Queremos uma seleção que honre a camisa, que nos dê orgulho, que nos faça voltar a acreditar que somos, sim, os melhores. Além disso, queremos um técnico com experiência em comandar times, que dê ouvidos, também, aos clamores populares, que respeite a imprensa, que se dê o respeito. Eles, os jogadores e o Dunga, continuarão cheios da grana, e nós continuaremos de saco cheio.