terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Globo da Solidariedade.


No último domingo, em Los Angeles, aconteceu a edição 2010 dos Golden Globe Awards, conhecido popularmente como uma prévia do Oscar, e vulgarmente por ser o "segundo prêmio mais importante". De qualquer forma, a festa de premiação oferecida pelos membros da Hollywood Foreign Press, que premia os melhores do ano da TV e no Cinema americanos aconteceu, pela primeira vez na história, debaixo de chuva. Os mais superticiosos, ou aqueles que levantam a bandeira "fora yankee", poderiam até mesmo dizer que o acontecimento foi algum tipo de castigo cósmico, uma vez que uma festa de glamour e riqueza como esta, televisionada para o mundo inteiro, esfregando toda a superioridade do Olimpo americano na cara dos meros mortais, seria quase uma afronta, frente aos recentes acontecimentos do Haiti. Bobagem pura. Em momentos de catástrofes como este, fingir que simplesmente não existe gente rica no mundo é tapar o sol com a peneira.
Ver aquelas celebridades intocáveis se enrolarem com guarda chuvas, tentarem não ensopar as barras de seus belos vestidos ao caminharem pelo tapete vermelho, temerem que o penteado caísse com toda aquela umidade, foi até engraçado de ver. A gente realiza que eles nem são tão intocáveis assim. Mas bonito mesmo foi ver gente como George Clooney, Penelope Cruz e Morgan Freeman usarem os holofotes para causas que importam. Mais do que o broche vermelho solidário às vítimas do Haiti, eles divulgaram campanhas de arrecadação de doações para o país. Clooney inclusive está organizando uma espécie de teleton para a próxima sexta, no qual artistas atenderão os telefones, recebendo as doações, enquanto cerca de 17 emissoras televisionam o evento, com direito a shows de artistas do momento, para chamar mais público. Dizem que Madonna doou 250 mil dólares, e que Gisele Bundchen, embaixadora da ONU, doou 1,5 milhão. Durante toda a cerimônia, vários atores e atrizes chamavam atenção dos telespectadores para visitarem o site nbc.com , no qual encontram várias formas de ajudar.
E que continuem falando o que bem entenderem, aqueles que tem por esporte falar mal de gente famosa, rica e influente. Porque verdade seja dita: tem gente fazendo o dever de casa direitinho.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

É o fim de mais um dia tão quente no Rio de Janeiro que tenho minhas dúvidas se não seria possível, literalmente, fritar um ovo no asfalto. E cá estou, enfurnada no meu quarto, com o ar condicionado bem forte para que eu me engane e julgue estar na Sibéria, e o ócio me fez perambular por perfis de orkuts. Em um deles, me deparei com uma frase que já é até mesmo lugar comum em sites de relacionamentos e até mesmo cartõezinhos românticos. É aquela boa e velha citação de O Pequeno Príncipe: "Tu te tornas eternamente responsável pelo que tu cativas.". Sempre desconfiei um pouco dessa afirmação, e minha desconfiança nada tinha a ver com o fato de eu achar esse Pequeno Príncipe um garoto muito do pentelho que mora no topo de um planeta e não tem um tanque de roupa suja pra lavar, por isso pode ficar tendo devaneios idiotas. Mas o que me incomodava nesta frase, que tantas pessoas tomam como verdade incontestável, era o caráter irredutível dela. Como se o sedutor, ou aquele que cativa, não tivesse uma escolha, senão cativar. Isto não é de todo certo, como bem sabemos. Amores platônicos estão aí para comprovar isso, no sentido mais filosófico do termo. Muitas vezes somos cativados por pessoas que não necessariamente pediram por isso. Simplesmente nos apaixonamos, emburrecemos, trocamos as mãos pelos pés. Fantasiamos ilusões idílicas em nossas cabecinhas entorpecidas, criamos histórias nas quais vivemos em um conto de fadas com aquele ser amado, sem nem mesmo saber se o tal ser está a fim de embarcar nesse filme da Disney conosco. Que culpa têm, certas pessoas, de serem, simplesmente, irresistíveis? As vezes elas não precisaram fazer nada demais para nos cativar, apenas existir com suas belezas, sorrisos cativantes, olhares penetrantes que, muitas vezes, nem são para nós. E é aí que a afirmação de Antoine Saint-Exupéry mostra suas falhas. Nem sempre nos tornamos eternamente responsáveis pois, as vezes, não temos muito controle sob aqueles que cativamos. Podemos não fazer a menor questão de que alguem exista em nossa vida, mesmo quando o carisma foi de tal modo incontrolável que passamos a existir intensamente na vida desse alguem.

A coisa muda de figura quando, enfim, há um incentivo. Quando alguem nos cativa por livre e espontânea vontade, quando esse alguem insiste em nos ligar, nos inundar com palavras de carinho, fazer questão de estar presente - fisicamente ou não - em nossas vidas, aí sim esse alguem é inteiramente responsável por nos cativar. Ele quis isso, ele trabalhou para isso. Ele não foi encantador pela sua mera existência, mas escolheu deliberadamente nos encantar, usando todas as suas armas para isso. E como afirma outra passagem do livro (e com esta eu concordo), "a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...", sofremos um tanto quando o "sedutor" resolve pular fora. Por vezes ele faz essa escolha, e outras tantas ele simplesmente age como se nada tivesse jamais ocorrido. Como se fosse somente fantasia nossa, e não a colheita daquilo que ele plantou. É o que eu chamo de jogo sujo, de falta de caráter, e de sacanagem. O que nos resta? Chorar baldes, pintar a caveira, falar mal para os amigos, na tentativa de que aquilo se torne verdade para nós, se repetirmos com frequência.

O que consigo concluir é simples: é preciso ter cuidado com o que se cativa. É preciso saber bem aonde pisamos, o que dizemos e de que forma o fazemos, pois as vezes criamos feridas em outros corações que jamais serão cicatrizadas. Não se pode brincar com os sentimentos de alguem como se eles fossem um daqueles jogos de bolinhas que os equilibristas jogam para cima. É infinitamente mais difícil curar uma mágoa mal resolvida do que uma doença grave. Não há remédios para um coração partido.

Quanto àqueles que nos cativam, sempre fui partidária das paixões desenfreadas, de dar a cara a tapa e ver o que acontece. Continuo o sendo. É preciso, no entanto, prestar atenção se o objeto que nos cativa está, voluntariamente, o fazendo. Se não o está, aconselho terapia. Porém, se foi uma escolha dele criar esse vínculo, viva-o enquanto for possível. E torça para o melhor. Cative e se deixe ser cativado, pois a vida é feita disso, afinal. Mas lembre-se que "é preciso exigir de cada um o que cada um pode dar." Essa é outra citação de O Pequeno Príncipe. E é com ela que eu termino este post.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Primeiro de 2010

Feliz ano novo, queridos leitores deste inóspito blog. Gosto de pensar que vocês existem. Gosto mais ainda de falar assim no plural: vocêS.

Desculpem minha falha, não estou bem para escrever hoje. Estou tão irritada (e mais alguns adjetivos que cabem aqui: decepcionada, cansada, sacaneada, triste, exausta), que se eu escrevesse no calor do momento o que sinto agora, acabaria por falar besteira. Ou falar mais do que devia, algo tão comum para mim. Quando a poeira baixar, escreverei. Ou quando meu coração se acalmar, talvez.

De qualquer forma, achei que deveria dar sinal de vida aqui. 2010 já chegou absurdamente quente no Rio de Janeiro. Entre mergulhos no mar da praia da Barra e longas temporadas no ar-condicionado, comecei o ano fazendo algo que costumava dizer que não faria: um twitter. Ha-ha. Pois é. Twitteira. Aff... Estou cada vez mais perdendo minha dignidade. Mas sabe que é interessante esse negócio? Descobri que posso seguir a Demi Moore, o Ashton Kutcher, a Ellen de Generes e a Oprah.

Para os que se interessarem:
www.twitter.com/ca_pavanelli

Beijosmetwitta.