terça-feira, 10 de março de 2009

Não leia esse post. Desligue a internet e vá dar uma espiadinha.

Todo início de ano é a mesma coisa. Somos bombardeados por anúncios que avisam, como se não perdêssemos por esperar, que a casa mais vigiada do Brasil está de volta. Eu realmente não espero, e juro que até esqueço que o Big Brother existe. E sempre clamo pelos quatro cantos que não vou assistir. Perda de tempo, futilidade.
Mentira.
Eu sempre acabo assistindo.

Continuo achando perda de tempo e futilidade, muito embora seja tiete do Bial e sei que, pelo menos dali, sai alguma coisa útil. Em sua nona edição, os participantes são exatamente os mesmos de todas as outras: O canalha, a gostosa, o estrategista, a burrinha, o injustiçado. Estereotipadas, essas personagens vão se configurando com ajuda bastante solícita de uma edição bem pensada. Com isso em mente, percebe-se uma vontade enorme por parte da direção de inovar, divertir de forma diferente, chocar. E milhares de cartas são tiradas da manga e enfiadas dentro do confinamento. Quarto branco, dois paredões em uma semana, xepa, casa de vidro, voto aberto. Até uma vovó simpática inventaram dessa vez.

O que me atrai no Big Brother, porém, é muito mais grave. Confesso de cara limpa, pois tenho certeza que muitos espectadores pensam da mesma maneira, embora não o falem, ou nem mesmo realizem este fato. Justamente pela construção de estereótipos e arquétipos maximizados (aqui sem absolutamente nenhuma relação com um dos integrantes da casa.) de alguma forma nos relacionamos interiormente com aquelas pessoas. Nos colocamos em seus lugares, nos vemos naquelas situações. E, porque eles invadem deliberadamente nossas casas todos os dias, nos sentimos íntimos e no direito de julgarmos suas atitudes, noções de justiça, casos, discussões, comportamentos, até mesmo forma física. “Fulana engordou tanto...”. Será que nós mesmos não engordaríamos? Não combinaríamos voto? Não entenderíamos mal algum fato? Não pré-julgaríamos de maneira errônea? Não encheríamos a cara e dançaríamos até o chão? Não iríamos pra debaixo do edredon? Não teríamos aquela pessoa com a qual simplesmente não vamos com a cara e faríamos de tudo para vê-la fora dali?
Dentro de nós há o diabinho que diz: “antes ele do que eu...”.

O problema é, ao enxergarmos ali personagens, e não pessoas, esquecemos que elas são como nós e, por isso, são passíveis de erros, acertos, e um bocado de bebedeiras. Só que as deles são regadas a Champagne.

Em jogo, não está fama. Ninguém fica realmente famoso por muito tempo depois do Big Brother (com exceção da Grazi, talvez.). Ok, em jogo está uma capa da Playboy ali, uma visita na Ana Maria Braga e no Faustão aqui, quando muito uma meia dúzia de propagandas acolá. Mas, acima de tudo, em jogo está um milhão de reais. E é nisso que penso toda vez que aponto o dedo pra condenar algum dos participantes.

Mas condeno, mesmo assim.

Um comentário:

Anônimo disse...

nao tem nenhuma velhinha simpatica no bbb!