quarta-feira, 25 de março de 2009

Eu te odeio. Odeio tudo que vem de você. Odeio sua inconstância, suas mentiras, e a mentira que eu criei sobre você. Odeio sua falta de senso, de sensibilidade, sua indiferença. Odeio as palavras que você falou e eu acreditei. Odeio o som da sua voz tão perto e tão distante. Odeio a distância que você implantou, mais ninguém. Nem Deus, nem o Homem. Você.
Odeio os últimos tempos que passei aos pés da fantasia idílica da sua presença. Odeio as memórias, odeio os momentos. Odeio como você se comporta. Odeio o fato de que você não conseguiria nem em mil anos distinguir a ridícula diferença entre Hitchcock e Bertolucci. Odeio sua falta de interesse, sua falta de hombridade. Odeio as brincadeiras infantis que você fez. Odeio você ter cogitado a possibilidade de alguém ser melhor pra você, e odeio você ter comprado essa idéia. Odeio pensar que eu escrevo textos e leio poesias enquanto você liga para outro alguém, que não eu. Te odeio por ter me feito de idiota, boba, ridícula. Te odeio por ter bagunçado a minha vida, virado tudo de cabeça pra baixo. Te odeio por ter despertado em mim um sentimento que estava enterrado há tanto tempo, e que não precisava ressurgir agora. Te odeio, pois, por ter saído da minha vida como se nada tivesse ocorrido, nada tivesse falado, nada tivesse sido existido.

Te odeio muito, todos os dias.
E isso tudo porque, na verdade, eu te adoro demais. E por eu ter que gostar mais de mim, e por não poder mais gostar de você, eu te odeio. E preciso repetir todos os dias para mim mesma que te odeio. Odeio, odeio, odeio.

E ter que te odiar é, por fim, a máxima exaustão que eu já vivi.

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